terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Compulsão Alimentar

Delmares Carvalho
A compulsão alimentar é um problema que afeta 3 a 5% dos homens e mulheres americanos. Esse tipo de compulsão se caracteriza pelo consumo de uma grande quantidade de comida, muitas vezes, de forma incontrolável.
A compulsão alimentar pode aparecer de algumas maneiras, como bulimia nervosa e compulsão alimentar periódica. Normalmente, a pessoa que sofre com essa compulsão periódica não come pela fome física, ou seja, a pessoa come por impulso. Este ataque de comer pode ser chamado de “binge”.
A psicóloga da Fiocruz, Luciana Cavanellas revela que, em alguns casos, o compulsivo alimentar tende a escolher alguns alimentos à outros, principalmente, os de alto valor calórico, como chocolates. “O problema é que depois da ingestão do alimento, o cumpulsivo se sente culpado, arrependido, o que gera mais raiva de toda a situação e isso tende ao descontrole”, completa a psicóloga.
Além do hábito alimentar, a genética e o estilo de vida são fatores preponderantes que podem resultar na doença. “No caso das crianças, por exemplo, esse tipo de problema acontece em ambientes de muita fartura e de pouca intervenção. O hábito de comer muito, sem regras, muitas vezes, parte dos pais que servem de exemplo para a criança”, explica Luciana.

Na verdade, o que acontece é que, por traz de um problema de compulsão, existe um problema psiquiátrico camuflado. Além disso, se percebe uma dieta pobre em nutrientes, o que facilita a chegada dos “binge”. De acordo com Luciana, se a pessoa equilibrar a serotonina e a mudança do hábito alimentar, consegue uma satisfação, apenas, com o que comeu.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Entrevista com Vitor Cordeiro, 17 anos.

Compulsão Tecnológica

Felipe Fonseca de Arruda

Tudo começa na maioria das vezes como algo que é apenas uma diversão, alguma coisa para se descontrair ou passar o tempo. Mas nunca com a idéia de que pode ser prejudicial ou se tornar um vício.

Uma compulsão que faz o usuário abdicar de uma vida cotidiana para se adaptar a uma nova vida, muitas vezes sedentária. Assim é a “nova” vida de Vitor Cordeiro de 17 anos.

Há três anos, Vitor ganhou o seu primeiro computador e até então estudava normalmente como qualquer outro jovem, e ainda conseguiu em estágio remunerado ao qual juntava o seu próprio dinheiro. Logo fora apresentado ao programa de mensagens instantâneas, o MSN Messenger e foi convidado à participar de um site de relacionamentos, o Orkut.

Com o passar do tempo, o que era apenas um bate-papo e uma troca de recados, hoje se tornou a sua “diversão” integral. Vitor não sai mais de casa, a não ser por emergência. Abandonou a escola bem no meio do ano letivo e não pensou duas vezes em largar o estágio ao perceber que já tinha dinheiro suficiente para aumentar a configuração de seu computador.

Tudo para saber quem está on line, quem modificou algumas fotos na página pessoal, entre outros sites e jogos. Ao ser perguntado sobre o que sua família pensa sobre sua decisão radical, Vitor discorda e diz que todos estão errados. “A minha família não entende nada disso aqui, e todos estão errado. Quem sabe sou eu, nada vai me prejudicar”, afirma Vitor.

A psicóloga Luciana Cavanellas explica que a pessoa compulsiva por tecnologia, muitas vezes, passa por uma transição na adolescência. “Um jovem que, aparentemente, é compulsivo, e acha que suas atitudes são normais, apresenta uma tendência ao vício preocupante”, completa Luciana.

Um caso como esse, não pode ser considerado isolado, pois conversando com Vitor, ele afirmou que conhece outros amigos que também tiveram atitudes parecidas com a dele, a qual julga correta. E não foi muito difícil encontrar alguém em situação parecida.

Bruno Oliveira, de 18 anos, é o criador de uma das comunidades de um time carioca, com um grande número de membros do site de relacionamentos, e pelo fato de ser um moderador, acabou se privando de fazer muitas coisas que fazia, como por exemplo, largar o emprego para mediar a sua comunidade.

“Eu não estou trabalhando mais. Fico aqui na comunidade mesmo, pra não deixar ninguém ficar falando palavrão e pra tomar conta. Reduzi até um pouquinho o meu horário de sono, porque a comunidade tem mais acesso no início da madrugada. Mas tudo vale a pena, eu amo orkut mesmo”, completa Oliveira.